Pais, educadores e crianças iniciam nestes dias os movimentos rumo ao período de férias escolares. A princípio, o que se imagina é que sejam apenas dias de descanso das atividades curriculares, e alguma tomada de fôlego para o ano que virá. Mas em verdade, as férias envolvem muitas sensações em todos nós que, direta ou indiretamente estamos ligados à educação.
A iniciar pelos pais. Com a chegada das férias e com a presença das crianças na casa por mais tempo, algumas sensações nos invadem. Para aqueles que trabalham, preocupação: Onde e com quem deixar os filhos? Levá-los para o trabalho é uma opção? Entretê-los integralmente com eletrônicos será desejável? Para aqueles que tem mais tempo, outras questões: Passear com eles ou ficar em casa? Aproveitar o tempo para inscrevê-los no futebol, música, natação, teatro, judô, ballet e inglês? Mandá-los para uma excursão juvenil ou deixá-los em seus quartos fechados? Aos pais a consciência da importância da aproximação. A presença física tão necessária e desejada com suas crianças. Que se sirvam do banquete ofertado pelo passeio num bosque, num parque, na rua ou onde for. Que se vejam em seus filhos saudosos de suas presenças, para olharem juntos uma árvore, o pôr do sol, o mar. Para se banharem juntos de chuva e presença mútua.
E as professoras? Desligar-se da escola e das lembranças e se jogar na areia da praia? Pensar em alguma leitura dentro ou fora da pedagogia? Fazer algum projeto para acelerar sua aposentadoria ou para aproximar-se de sua missão de ensinar com qualidade buscando conhecimento? Às professoras reflexão e descanso merecido. Que as inquietudes do ano vivido se convertam em impulso para novos olhares, novos desafios, nova jornada. Ainda que com os pés na areia, com os olhos no horizonte e o corpo em repouso, o coração siga conectado com a criança e a infância, que devem seguir unidas sempre. Aprendizado e alegria sempre unidos.
Pois bem. Para a criança as férias são uma fração de sua própria vida, onde se registram as melhores lembranças. Vamos todos brincar de correr, de deitar na grama, vamos sorrir, gargalhar, abraçar… Amar. Ao menos por esse tempo, vamos ser como elas são: ativas, vivazes, felizes. Vamos entregar a eles as rédeas por alguns instantes e nos deixar levar para dentro de suas vidas. Quem sabe queiram apenas estar na nossa presença, sem horário, sem pressa. Ou desejem nos ver trabalhando para observar nossa rotina. É tempo de ofertas mais afetivas, como dar colo, acordar mais tarde, preparar uma comida, ler um livro, ou tudo isso junto, juntos.
Tempo de apertar os abraços e afrouxar as regras.