Como fazer seus relatórios sem medo?
Ah, os relatórios…
Quanta apreensão causa aos educadores quando a data de apresentação deles vai se aproximando. De onde vem a dificuldade ou o temor na produção dos relatórios escolares?
Muito possivelmente se trata de uma sensação natural aos seres humanos. O medo do desconhecido. Em geral, tememos andar no escuro, por estradas ainda desconhecidas, ou ainda de enfrentar sozinhos alguma situação inusitada.
Mas quando conhecemos, nosso trânsito pelos lugares e pelas situações passa a ser mais fácil e agradável. É isso que buscamos com este artigo. Jogar luz sobre os relatórios, para que eles componham nossos cotidianos de forma leve, mas que contemple todos os seus objetivos.
O que é relatório escolar e para que serve?
O relatório é um documento escrito, detalhado e individualizado sobre o desempenho acadêmico, social e relacional de cada estudante, bem como de uma turma ou classe. Eles são apresentados geralmente a cada bimestre, mas podem ser apresentados também de forma trimestral, semestral ou anual.
Substituindo o antigo boletim (na educação infantil), ou complementando-o nos demais anos, os relatórios são muito mais do que simples descrições de pessoas e conteúdos. Eles tem papel estrutural no planejamento, na execução e na avaliação e, por isso, são capazes de dizer muito sobre os educadores, as instituições, as estratégias adotadas e a postura do educador.
Sendo assim, os relatórios podem (e devem) ser produzidos com o registro das melhores observações que o professor puder entregar, para que atenda suas necessidades técnicas como documento, retrate com pessoalidade e profundidade cada criança, atenda as especificidades da instituição de ensino e entregue aos pais, com delicadeza e firmeza o binômio: esperado/alcançado.
Trazendo informações que vão desde as habilidades motoras, passando pela capacidade de interação com colegas e objetos, as habilidades naturais e as dificuldades pontuais, até suas nuances comportamentais, e o quanto mais houver de importante a ser relatado para cada caso individual.
Desta forma, ampliando o olhar para todas as minúcias, as lentes nos possibilitam que nossa avaliação seja extremamente mais complexa e completa, quando saímos definitivamente do mero espectro 0 a 10, para olharmos os indivíduos de forma mais ampla, buscando conhecer suas aptidões, singularidades e suas necessidades, para uma intervenção mais eficaz.
E não apenas para avaliar os estudantes, o relatório como dito anteriormente, pode ser um excelente instrumento de formação e transformação dos educadores, quando oferecem a possibilidade de reflexão sobre nossas práticas cotidianas e sua eficiência ou ineficiência.
O que é importante na produção do relatório?
Sabedores que somos da infinidade de possibilidades contidas em nossos relatórios, e de que não existe uma fórmula padronizada para sua confecção, o que sugerimos são algumas reflexões:
– O vocabulário usado e o cuidado com a língua Portuguesa são objeto de nossa atenção?
– Estamos mesmo atentos às crianças e aos acontecimentos do cotidiano e registrando-os para compor nosso relatório?
– A quem estamos dirigindo nossos relatórios? Sua leitura entrega apenas um juízo ou propõe hipóteses?
– A leitura dos relatórios contribuirá com a criança, com as famílias, com a escola e com a sociedade como um todo?
As melhores respostas para estas perguntas não estão neste artigo. Estão em seus próprios relatórios. É muito saudável fazer um passeio por eles, desde os primeiros escritos até os mais recentes. Acredite: será um exercício automático de autoavaliação.
Isso é tudo sobre o relatório escolar?
Para que seu relatório não seja um exercício de obrigação é necessário que seja estabelecida uma relação de intimidade e, consequentemente, de compreensão de sua importância e de suas funções na construção de uma educação melhor.
Para que isso seja possível e o seu relatório passe a ser uma prazerosa prática cotidiana de conhecimento e autoconhecimento, estudar é o verbo a ser conjugado.
Você sabia que a Diálogos oferece um curso sobre avaliação na educação infantil? Ministrado por Teca Antunes, pedagoga e mestre em Educação Especial pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Didática para a Educação Bilíngue pelo Instituto Singularidades. Formadora de professores, atua como coordenadora geral na Aubrick Escola Bilíngue Multicultural.
O curso tem duração de 30 horas, divididas em 8 aulas que você pode acessar de forma remota, com todo conforto.
Nele você terá um aprofundamento sobre os relatórios como ferramenta de avaliação. Quais os temas abordados neste curso?– Aula 1: Avalia-se na educação infantil?
– Aula 2: O que é avaliar?
– Aula 3: Quem é essa criança que avaliamos?
– Aula 4: Por onde começa a avaliação?
– Aula 5: Avaliação na prática
– Aula 6: Comunicação da avaliação – I
– Aula 7: Comunicação da avaliação – II
– Aula 8: Avaliação na educação infantil – pontos centrais
Não há outra forma de atingirmos níveis melhores de educação para todos se nós, educadores, não cuidarmos de nossa formação. Não espere, aja.