O cantor Gilberto Gil escreveu para a sua então esposa, Sandra, uma letra que fala sobre a mudança da forma de amar. A música “Drão” fala que o amor em metamorfose é como um grão: nasce, morre trigo; vive, morre pão.”

Mudar faz parte da vida. Ao longo de nossa caminhada muda-se de ideias, opiniões, conceitos, muita coisa se desfaz para outras aparecerem. Pessoas chegam, pessoas se vão, conexões se tornam extremamente fundamentais, outras deixam de fazer sentido. Existe mudança em toda a nossa passagem pelo planeta. A vida humana está conectada ao universo e à natureza, que também estão em constante mudança.

Na jornada da educação e aprendizagem, cada indivíduo trilha um caminho singular, uma senda que, muitas vezes, se assemelha a uma metamorfose contínua. A vida é um constante processo de transformação, onde os desafios se entrelaçam com os momentos de conforto, criando uma teia complexa de experiências que configura a essência de quem somos. Em toda esta vivência e evolução, estão os erros. O que é o erro senão a expressão mais pura da vontade de aprender, uma narrativa intrínseca ao percurso do saber? Cada equívoco não é um ponto de derrota, mas sim um capítulo da evolução. Aliás, a palavra derrota lembra uma palestra do educador Miguel Thompson, falecido em 2021. Falando sobre o erro na aprendizagem, ele disse que a palavra derrota, do francês déroute, significa rota, caminho. Na navegação, seu significado é de percurso, caminho que o navio vai percorrer e que, por vezes, é necessário corrigir a rota: a derrota.

A aprendizagem, intrinsecamente ligada à vida, transcorre no ambiente educativo, mas não se limita a ele. Cada desafio enfrentado, cada obstáculo superado, é um fio que contribui para a teia da transformação pessoal. É na sala de aula que a vida, de maneira sutil, ensina que a aprendizagem não é apenas sobre absorver fatos, mas também sobre cultivar a resiliência diante das adversidades.

Assim como a lagarta que se transforma em borboleta, a jornada educacional é uma metamorfose que nos leva para novos saberes, percepções e conhecimentos. Os momentos difíceis, as crises de entendimento, são como o casulo que envolve a lagarta. Dentro dele, enfrentamos dúvidas e desafios, mas é nesse casulo que ocorre a verdadeira transformação. Aprendemos com livros, mas também com as interações diárias, com os desafios, com as relações interpessoais. A cada desafio superado, a cada obstáculo vencido, emergimos transformados, como borboletas que alçam voo para novos horizontes.

É fundamental cultivar a compreensão de que a verdadeira essência da aprendizagem reside na capacidade de se reinventar, de se adaptar às mudanças. Cada capítulo da nossa história é uma página virada, uma oportunidade para crescer, aprender e florescer, como a metamorfose contínua que somos destinados a ser.

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