Nossos desejos, nossos verbos

Você sabia que estes verbos têm significados muito profundos para nós?

Em cada movimento que fazemos em todos os nossos segmentos de atividade estes verbos são conjugados individualmente e em conjunto, formando uma corrente muito vibrante em favor dos educadores, das crianças e da educação como um todo.

Este artigo deseja propor uma reflexão sobre eles para, ao final, estampar com maior clareza o que entregamos a vocês no final das contas. É uma forma de nos abrirmos ainda mais, tornando mais próximas nossas relações.

Preste atenção:

Curar

Não vamos ao dicionário, vamos aos nossos cotidianos, iniciando pela nossa infância. Inicialmente podemos relembrar dos nossos joelhos ralados nas brincadeiras, nos dedões de nossos pés eventualmente chocados nas pedras e raízes de árvores.

Para eles, a mão carinhosa de nossos pais, avós ou familiares a empregarem suas melhores técnicas de cuidado. Compressas e unguentos, salmouras ou apenas água e sabão. Tudo isso na busca de nos entregar a melhor e mais rápida “cura”. Onde curar pode significar o alívio da dor vinda das feridas.

Noutro lugar, essa curadoria pode ser identificada na escolha dos alimentos que cuidadosamente entregamos aos nossos filhos e netos, da mesma forma com que nossos antepassados cuidaram de nós. A melhor escolha dos ingredientes, da forma de preparo, da higiene e somado ao amor na forma de entrega.

Este é o modelo de curadoria que escolhemos adotar e que vivenciamos no dia a dia. Estarmos sempre atentos às dores enfrentadas para, com toda a qualidade de que dispomos, entregarmos a melhor estratégia em favor dos educadores. Não apenas fazemos a curadoria dos livros, mas visamos a cura pelos livros.  

Fomentar

Igualmente nos buscamos da vivência para interpretar o fomento a que nos dedicamos. Não se trata exclusivamente de incentivar, mas de promover uma cultura de interesse em torno de todos, para que o desejo interior de crescimento constante faça parte de nossas ações.

Desta forma, despertando o interesse em cada um, o incentivo se torne o motor que impulsiona os estudos, o conhecimento, a aproximação entre as pessoas e seus desejos. Especialmente para nós, os educadores, este interesse há de ser contínuo porque somos exigidos não pelas escolas onde trabalhamos, mas pelas infinitudes das infâncias que acompanhamos.

Se já nos demos conta de que cada criança é única e inédita e que traz consigo suas particularidades mais raras, devemos também saber que fomentar nossos repertórios também não tem fim. Sempre há algo novo a se aprender quando nosso objeto de estudo se renova a cada nova criança.

Na origem do latim, fomentar é dar calor, aquecer. Mas desejamos também que isso nasça em todos de dentro para fora, para que o incentivo surja do nosso próprio desejo, e que nos faça sentir sua força como a fome a aumentar.

Produzir

Também neste verbo nossa reflexão ampliada. Ao usarmos na forma infinitiva, queremos elevá-la ao infinito. Caminhando de mãos dadas com nossas produções estão todos aqueles que também produzem.

Produzimos quando trazemos para vocês novos produtos, produzimos quando apresentamos referências, estudos e práticas. Produzimos quando inserimos em cada envelope o que colhemos de melhor. 

Mas a cada um de vocês é entregue também o verbo produzir, quando entregam ao chão de suas escolas aquilo que todos acreditamos. Quando nos entregam suas perguntas, seus relatos, suas queixas e angústias. Produzir é ser fértil, é gerar, é dar.

E não há melhor forma de se entregar às belezas da educação se não com nossa fertilidade, com nossa generosidade e com o que de mais humano podemos produzir em favor do outro. Muito mais pela qualidade do que podemos, do que pela quantidade que conseguirmos. 

Fornecer

Nascida na Língua Francesa como: “FOURNIR”. Significa ”suprir, abastecer, pôr ao alcance, facilitar”.  Certamente é exatamente o que desejamos: suprir e abastecer o maior número de pessoas com o que de melhor pudermos, mas não apenas na extensão territorial.

Queremos nos derramar para o profundo de cada parceiro nosso. Queremos fazer morada nos saberes e nas práticas para atingirmos o profissional, mas queremos chegar aos seus afetos, seus melhores sentimentos e seus corações, para fazermos morada também em cada pessoa.

Queremos propagar aos quatro ventos aquilo que arregimentamos em nosso percurso, para que formemos uma onda forte e constante. Em nosso favor, os bons ventos que sopram rumo a uma educação melhor para todos.

Fica aqui nosso convite para que conjuguemos juntos estes verbos, em todos os tempos e em todas as pessoas, por muito tempo e para muito mais pessoas.

Você” é nosso pronome pessoal favorito.