Beduínos no Deserto do Saara, Marrocos

O caminho pelo maior deserto do mundo é longo e, por vezes, tortuoso. O transporte é o camelo, cujo cascos se adaptam às finas areias que, ao longo do dia, vão mudando as dunas de posição, grão a grão. À noite, as altas temperaturas características dessa região do planeta caem abruptamente. No Saara, não apenas na parte marroquina, mas em toda a sua extensão, beduínos se reúnem para acampar, celebrar e comer. Tem sido assim há milênios. O vento frio do deserto, em noites onde é possível se observar a imensidão da Via Láctea, se esvai em grandes labaredas de fogo, que aquece o alimento e o acampamento.

O fogo e o ar são dois dos quatro elementos naturais que desempenham papéis cruciais em nossas vidas e na harmonia de todo o ecossistema. O fogo é a chama da vitalidade. As pessoas aprenderam a utilizá-lo em seu benefício, mas a natureza sempre é maior que toda e qualquer vontade humana. O fogo é capaz de consumir, em segundos, qualquer materialidade construída pelo homem. Por outro lado, sua representação, de ardência, está também associada à paixão, à vitalidade. Pessoas tidas como “inflamadas” mostram sua presença de longe. O fogo nos ensina a adaptabilidade e a fluidez em face das circunstâncias. O fogo é também um lembrete de nossa própria força interior e da necessidade de preservar a energia que nos impulsiona. É a centelha da vida,  que nos aquece e ilumina, tão essencial quanto o sol.

Os quatro elementos da natureza são harmônicos. A força do fogo só existe porque há ar. Este outro elemento, que carrega as areias do deserto pelas rajadas de vento, é o elemento da liberdade e da expansão. É o sopro invisível que enche nossos pulmões e nos permite respirar. O ar nos conecta com o vasto céu e nos convida a explorar horizontes infinitos. É o elemento que nos inspira a voar alto, a sonhar e a buscar o desconhecido. Observando o ar, podemos aprender sobre desapego e flexibilidade, como uma brisa que se move suavemente em todas as direções.

Falar sobre o fogo e o ar, como observei no Deserto do Saara, é trazer conexão à essência da harmonia que sustenta nosso planeta.  Estamos revelando a importância de respeitar e preservar esses elementos fundamentais, pois eles desempenham papéis cruciais na manutenção do equilíbrio da Terra. É a oportunidade de perceber o mundo como uma sinfonia interminável, onde o fogo, o ar, a terra e a água dançam juntos em perfeita harmonia, cada um desempenhando seu papel essencial na grande coreografia da natureza. É uma lembrança de que, independentemente de sua escala ou influência aparente, cada um desses elementos é vital para a beleza.

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