Mais uma vez o ano letivo vai se aproximando de seu encerramento. Muitos sentimentos se afloram nestes últimos dias do mês de dezembro. Festas de encerramento, rituais de passagem, reuniões e projetos.

Muitos de nós estamos nos preparando para aquela sensação de despedida das crianças de nossa turma. Afinal, não há como conviver com a infância e não se apaixonar por ela. Educar é cuidar e, por este motivo, estreita os laços afetivos. Não raras são as professoras que sofrem nesta época do ano com esta sensação de “perda”.

Por mais que tenhamos a certeza de termos ofertado nosso melhor, quando nos entregamos a uma educação mais afetiva, comprometida e em ações mais atentas às individualidades, consequentemente nos apegamos muito mais a cada criança, porque sabemos de suas particularidades e atuamos ativamente em suas construções como indivíduo e como ser humano. Isso edifica pontes afetivas e emocionais. 

Entretanto, devemos estar prontos para deixá-los seguir adiante e focar nossas forças naqueles que nos serão confiados no próximo ano. As férias de verão são uma excelente oportunidade de retomada de nossas forças, objetivos e até de nossa saúde física e mental. 

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O que fazer nas férias escolares?

Será que existe uma boa resposta para esta pergunta? Nós poderíamos fazer aqui uma lista de sugestões para as férias dos professores, como:

  • MUSEUS: As visitas aos museus podem contribuir na compreensão da história, das artes, das experiências sensoriais, do conhecimento da evolução e construção de nossa civilização. 
  • CINEMAS: Não apenas contribuem para os momentos de descontração e entretenimento, mas a escolha de bons filmes é importante na construção de nossas convicções, na exploração de nossas sensibilidades e na consequente reflexão sobre os mais variados temas.
  • PRAÇAS: Seja para fazer suas corridas ou caminhadas, as praças e parques são uma rica oportunidade de observação das condutas humanas, quer para o mundo adulto, quer para o universo das crianças. Além dos benefícios ao nosso corpo, são ótimas na construção e/ou observação das relações.
  • PRAIA E CAMPO: Ainda que geograficamente diferentes, tanto um como o outro são locais onde podemos nos colocar numa condição de maior proximidade com a natureza. Uma infinidade de oportunidades sensoriais a serem desfrutadas quando aquecemos o corpo ao sol, refrescamo-nos numa água fresca de rio ou mar, tocamos o chão e os elementos naturais disponíveis ou simplesmente contemplando as paisagens. Energia que remonta nossa ancestralidade.

Há muito mais a ser feito nas férias.

Durante o ano todo e ao longo dos 13 anos de existência da “Diálogos”, nos dedicamos muito à formação dos educadores para a construção de uma educação melhor para todos. Nossa missão passa pela certeza de que existe importância no protagonismo, na escuta, no afeto e na construção inteligente das aprendizagens.

E o que isso tem a ver com nossas férias? A resposta é: TUDO!

Quando oferecemos o protagonismo à criança, estamos afirmando a ela sua importância no mundo, sua exclusividade com ser humano, seus direitos e deveres como cidadãos. Uma forma de proporcionar, desde cedo, a formação de seus saberes de forma robusta para a condução livre e responsável de suas vidas.

Ao escutá-las, de forma atenta e afetiva, passamos a ela a confiança necessária para que expressem seus sentimentos, que construam uma relação de confiança com o adulto. Escutar atentamente estimula e facilita o necessário direito de manifestação, de exposição do pensamento e dos sentimentos.

Podemos somar ao protagonismo, a escuta, atenção e o afeto, aquilo que acreditamos serem boas ferramentas na construção do conhecimento, possibilitando explorações, permitindo experiências, registrando erros acertos para reflexões sobre tudo. 

Façam isso por você, professoras

Protagonizem suas férias. Procurem pelas atividades e lugares que entreguem prazer e alegria a vocês. Escolham seus restaurantes, pratos e bebidas favoritos. Visitem as pessoas cuja companhia mais lhe agradem. Leiam aquilo que lhes dê mais prazer. Descubram se não estão presas aos protocolos, às conveniências e aos hábitos e, se sim, decidam por seus próprios desejos e escolhas.

É tempo de serem ouvidas também. Conversem com as pessoas em quem encontrem o espaço necessário para suas falas. Falem sobre suas alegrias e tristezas, sobre suas conquistas e desafios, sobre seus amores e temores. Falem, nem que seja para que se escutem a si mesmas e se reconheçam e reencontrem.

Registrem da forma como desejarem suas atividades nas férias. Desta vez, não para comporem suas documentações pedagógicas, mas para construírem ou reconstruírem a história de suas vidas. Para que aprimorem suas capacidades de edificar seus saberes sobre suas próprias vidas. Conheçam-se intimamente.

E se possível, levem consigo para passear a criança que foi um dia, e que permanece viva dentro de vocês. Dance, pule, brinque, cante e sorria. 

Sejam felizes!