Fonte: Freepik

Nesta semana iremos abordar dois conceitos importantes para se entender a história da aprendizagem. O construtivismo e o construcionismo são abordagens que revolucionaram a educação ao longo das últimas décadas. Ambas têm raízes profundas no pensamento de dois estudiosos, Jean Piaget e Seymour Papert, e oferecem uma visão rica e fundamental sobre como os indivíduos lidam com seus conhecimentos e constroem significados. A distinção entre essas duas perspectivas é essencial para compreendermos como a pedagogia pode ser adaptada para atender às demandas de uma sociedade em constante evolução.

Jean Piaget é amplamente reconhecido como o pai do construtivismo, uma teoria que enfatiza a importância do indivíduo na construção ativa do conhecimento. Piaget postulou que as crianças não são recipientes passivos de informações, mas sim agentes ativos que constroem seus conhecimentos por meio de experiências e interações com o mundo ao seu redor. O construtivismo piagetiano salienta estágios de desenvolvimento cognitivo e enfatiza a importância de atividades práticas e interações sociais para a aprendizagem. Para ele, o tempo sempre será um aliado, não apenas para crianças, mas também para os educadores.

Por outro lado, o construcionismo, concebido por Seymour Papert, é construído sobre os princípios do construtivismo, mas se concentra especialmente na aprendizagem por meio do “fazer”durante a aprendizagem. Papert acreditava que a tecnologia, em particular o uso de computadores, poderia capacitar estudantes a se tornarem criadores ativos e solucionadores de problemas. Mas a tecnologia não é o fim, mas o suporte. Ele enfatizou a ideia de que os erros são parte essencial do aprendizado, argumentando que, ao cometer erros, crianças e jovens têm a oportunidade de refletir, ajustar e melhorar suas compreensões.

Uma diferença fundamental entre o construtivismo de Piaget e o construcionismo de Papert é a ênfase na criação de produtos tangíveis no último. No construcionismo, os estudantes não apenas constroem seu conhecimento, mas também constroem coisas reais – projetos, programas de computador, obras de arte, modelos, entre outros. Esse processo não apenas consolida seu entendimento, mas também permite que eles apliquem o conhecimento em contextos do mundo real. Para isso, é preciso se conhecer, conhecer melhor o outro e o mundo.

Além disso, o construcionismo de Papert ressalta a importância de permitir que as crianças explorem e experimentem o mundo, muitas vezes de forma não estruturada, incentivando a criatividade e a auto-expressão. Essa abordagem oferece um espaço valioso para a resolução de problemas e a aprendizagem autodirigida, onde os alunos são desafiados a definir seus próprios objetivos e a estruturar sua aprendizagem. Afinal de contas, o que seria de nós sem os erros que cometemos ao longo da vida? Nestes casos, os erros não são falhas ou barreiras que nos inferiorizam, mas pontes para se alcançar formas mais consistentes de se ver o que está dentro e fora.

Enquanto o construtivismo de Piaget coloca ênfase na construção do conhecimento por meio da interação com o ambiente e dos estágios de desenvolvimento cognitivo, o construcionismo de Papert expande essa ideia para incluir a criação de produtos tangíveis e o uso de tecnologia como meio para o aprendizado. Ambas as perspectivas enfatizam o papel ativo das crianças na construção do conhecimento e valorizam o erro como parte intrínseca do processo de aprendizagem. Essas teorias continuam a influenciar a pedagogia contemporânea, fornecendo bases sólidas para o desenvolvimento de práticas educacionais mais eficazes e centradas nos desenvolvimentos das crianças.

De que maneira esses dois conceitos influenciaram sua forma de educar? Tem algum exemplo? Conta aqui pra gente!

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