Já faz algum tempo que o mundo vem prestando atenção e promovendo algumas inovações em seus modelos administrativos. Desde os ambientes corporativos das grandes empresas até os pequenos estabelecimentos comerciais, as relações sociais, os modelos de finanças, comunidades de consumo, etc. Todos buscando um modelo mais participativo.

Esta modalidade que entrega maior atenção a outras vozes para conhecer suas ideias, seus anseios, suas necessidades e fazer melhor aproveitamento de suas maneiras de enxergar o mundo traduz minimamente o conceito de gestão democrática.

Ora, não se trata apenas de “dar escuta” às pessoas por mera liberalidade ou demonstração simples de compaixão ou comoção social. É certamente também um modelo de inteligência negocial que refina as decisões a partir do conhecimento específico de cada pessoa.

Quer um exemplo? Um alto executivo de uma empresa de transporte de documentos e pequenas entregas, cujos veículos sejam apenas motocicletas, teria mais condições de escolher bem seus veículos do que os “motoboys” que os pilotam diariamente? Possivelmente não.

Da mesma forma com relação aos produtos. Quem melhor que o consumidor final para opinar ou sugerir avanços para um produto? Existe um conhecimento prático na vivência e na experimentação que pode (e deve) ser aproveitado na solução de problemas e na melhora da qualidade como um todo.  

E nas escolas, é possível?

Não só possível, mas recomendável. Assim como em qualquer outra área de atuação humana que envolva nossa capacidade de interação social, a busca por uma administração mais participativa não apenas no gesto simples de escuta, mas ousar avançando da escuta para uma validação na tomada de decisões.

Este movimento de aproveitamento de saberes, de entrega de protagonismo e de democratização das escolas é defendido por nomes como Paulo Freire e Loris Malaguzzi e aos poucos vão ganhando espaço.  

A infância e sua força

É possível que alguns de nós, educadores, ainda não tenhamos compreendido o potencial que está contido na infância, o que faz deste assunto apenas uma tese a ser lida. Alguns ainda podem estar nos primeiros movimentos desta conscientização, ouvindo-as à altura de seus olhos, mas sem entregar o protagonismo efetivo a que têm direito.

Mas sabemos que este é um caminho sem volta. Quando damos início a esta aproximação para a escuta (ainda que de forma superficial), estamos nos permitindo ao maravilhamento que inevitavelmente nos tocará. A infância produz uma imensidão de riquezas a partir de suas criatividades, inventividades e de sua forma de ver o mundo, que mesmo os mais céticos não podem evitar o espanto. Basta estar aberto a eles. 

Quer saber mais?

Se você está entre aqueles educadores que acreditam nas potencialidades da infância, se desejam abrir-se à escuta efetiva e se querem contribuir para uma escola mais participativa e democrática, temos uma excelente notícia.

A editora Panda está lançando o livro: GESTÃO DEMOCRÁTICA: MINÚCIAS, DIZERES E FAZERES DO CONSELHO MIRIM NA EDUCAÇÃO INFANTIL”. De autoria de Marcia Covelo Harmbach, ele faz um traçado histórico acerca do assunto e promove um aprofundamento para esta prática de gestão a partir da instituição dos conselhos mirins.

O livro é um lançamento e faz parte do kit de fevereiro de 2023 do nosso clube de formação continuada de professores DIÁLOGOS EMBALADOSOs assinantes também poderão participar de um encontro “online” com a autora para conhecerem ainda mais profundamente o tema.

Esperamos por você!